Taísa Szabatura
Apesar dos valores altos, os leilões de livros raros, são
bastante disputados
Senhores engravatados e jovens despojados ocupam as cadeiras
da sala de reunião de um hotel de luxo na capital paulista. Eles estão prestes
a participar de mais um leilão de livros raros e papéis antigos, evento que
acontece pelo menos duas vezes por ano. Alguns se cumprimentam com um aceno
tímido da cabeça.
A simpatia, porém, dura pouco, pois há muita coisa em jogo. A obra mais cara do catálogo é um livro de gravuras feito a mão, de Maurice Rugendas, que esteve no Brasil em 1822: lance inicial de R$ 150 mil.
A simpatia, porém, dura pouco, pois há muita coisa em jogo. A obra mais cara do catálogo é um livro de gravuras feito a mão, de Maurice Rugendas, que esteve no Brasil em 1822: lance inicial de R$ 150 mil.
O organizador do
evento, Rogério Pires, dono da livraria Fólio, explica que existem diversos
perfis de comprador. “Há o que busca primeiras edições, o obcecado por algum
período histórico, o colecionador de autógrafos, o fã de livros de arte”, diz
Pires.
Um dos livros mais disputados foi uma edição com dez
serigrafias originais assinadas pela artista Renina Katz, com um poema de Hilda
Hilst. O lance inicial era de R$ 6 mil e foi parar em R$ 10.500.
Para um colecionador, esses livros são verdadeiros objetos
de desejo. Com tiragens pequenas e bom estado de conservação, são disputados
pela exclusividade.
“O comprador leva para casa um objeto único e repleto de
história”, diz Pires. O leiloeiro é provocador. “Ninguém vai pagar R$ 400 por
esse exemplar com dedicatória do Carlos Drummond de Andrade. Vocês têm
certeza?”, e então um dos compradores ergue a placa com o seu número, temendo
perder uma grande oportunidade.
Ao todo são 20
participantes, mas nem todo mundo sai da sala com uma obra debaixo do braço. O
comprador que mais gastou desembolsou R$ 25 mil em seis obras. Já o exemplar de
R$ 150 mil teve uma proposta de R$ 132 mil, não aceita pelo vendedor. Quer dar
um lance?
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