Aos 95 anos, morador de Sorocaba, SP, 'coleciona bibliotecas' pelo país

Luana  Eid

Aposentado Cid Odin Arruda lê três livros por semana. Ele éo sócio mais antigo do Gabinete de Leitura de Sorocaba, SP.


Cid exibe, orgulhoso, a medalha que ganhou do Gabinete de Leitura (Foto: Geraldo Jr. / G1)

Todos os dias o aposentado Cid Odin Arruda cumpre a mesma rotina. Acorda às 5h, faz café, cuida do jardim e pega um ônibus. O destino varia entre o Gabinete de Leitura e a Biblioteca Municipal de Sorocaba (SP), lugares onde ele pode embarcar em sua viagem preferida: as páginas de um livro. Aos 95 anos, Cid é um aficcionado por livros. Já leu tantos que perdeu a conta. "Só Jesus para saber falar quantos eu já li", brinca. O que ele sabe é que, por semana, lê três títulos, religiosamente. Nesta terça-feira (23), quando é comemorado o Dia Internacional do Livro, funcionários do Gabinete de Leitura contam que ele é o sócio mais antigo da unidade.
O gosto pela leitura veio de família. O comerciante aposentado é neto e filho de bibliotecários. Por isso, nas lembranças de infância a imagem que prevalece é a dos corredores da Biblioteca Municipal de Sorocaba. "Eu lia livros que meu pai recomendava. Depois, mandava eu contar a história inteira, para ter certeza que eu li mesmo", lembra. De tanto ler, ele recebeu uma incumbêrncia especial: indicar obras para as frequentadoras da biblioteca. "Os pais mandavam sua filhas na biblioteca pegar um livro e elas me perguntavam qual podiam ler. Os pais sabiam que eu não indicaria nenhum livro com safadeza", relembra Cid, aos risos.
Além de ser figura carimbada na biblioteca sorocabana, Cid é um velho conhecido nas unidades de Mongaguá (SP), Caldas Novas (GO), Guarapari (ES), e em várias outras do nordeste. "O que eu gosto mesmo é de viajar. Quando não posso fisicamente, viajo pelas páginas dos livros", conta Cid, que recebeu a reportagem do G1 enquanto fazia as malas para sua próxima viagem, para uma colônia de férias em Ibirá (SP).
Nilcéia Alves dos Santos, funcionária do Gabinete de Leitura, é uma das admiradoras do aposentado. Ela conhece Cid há 26 anos. "Eu tenho um carinho muito grande por ele. É um verdadeiro exemplo para vários jovens que se interessam pela história dele", conta Nilcéia. Ela diz que a visita de Cid é a mais frequente no gabinete que, inclusive, já conferiu uma medalha cultural a ele em 2008, pelo "compromisso com a cultura e tradições da cidade".
Romance além dos livros
Para agradar a esposa, professora aposentada e apaixonada por livros, o idoso teve que adaptar sua maneira de ler. Elza Bertazini Bracher, de 86 anos, conta que depois de um glaucoma sua visão ficou prejudicada, o que impossibilitou a leitura. "Eu só enxergo metade do mundo, o resto ele me conta", diz, demonstando amor pelo companheiro, que lê trechos de livros para ela como forma de amenizar o sofrimento por não poder mais ler. Os dois se conheceram quando eram viúvos e já comemoraram Bodas de Prata juntos.  "Eu fico triste por saber que tantos jovens com a visão perfeita não gostam de ler, e eu que gostaria tanto já não posso mais", lamenta Elza.

Na casa do casal, tipicamente de aposentados, com direito a horta nos fundos, máquina de costura e casaquinhos de tricô pelo sofá, uma estante guarda algumas relíquias, como o livro "O Romance de Jeanne Bertier" - primeiro livro de Elza, comprado em 1940 - , "E o Vento Levou" e "A Vingança do Judeu", todos já com as páginas amareladas. Todos são de Elza, porque, para Cid, o prazer está em caçar livros nas bibliotecas. Em todas as cidades pelas quais passa o aposentado faz questão de conhecer as bibliotecas, e só parte de Sorocaba quando tem certeza de que no destino vai ter onde encontrar os livros. "Eu acho burrice carregar livros. Prefiro sair em busca deles nas estantes públicas", conta.
Os benefícios que a leitura trouxe para o aposentado são nítidos. Prova disso é que, mesmo com a idade avançada, em plena lucidez, ele arrisca uma crítica sobre o cenário da literatura atual. "Hoje a literatura é mais aberta, e a facilidade de acesso aos livros é maior. Mesmo assim, as pessoas não leem. Falta incentivo dos pais, o que é uma pena", diz Cid, que diz procurar saber sobre a história que vai ler para "não ser surpreendido". "Sempre gostei de histórias de reis, príncipes... mas hoje em dia muitas histórias descambam para a pornografia, então tenho que tomar cuidado", brinca.

Biblioteca Britânica começa a arquivar páginas da internet


A Biblioteca Britânica começa um ambicioso projeto para criar um arquivo no qual será guardada uma cópia de todas as páginas on-line publicadas no Reino Unido, para que possam ser consultadas pelas gerações futuras.
Desde o último domingo (7/4/13) --e durante o prazo de um ano-- começarão a ser armazenadas cópias de 4,8 milhões de páginas, segundo o centro público, entre páginas institucionais, blogs, domínios locais e inclusive fóruns, para mostrar uma visão da sociedade atual a futuros pesquisadores.
 "Admito que é um projeto realmente ambicioso. Não vamos discriminar entre as páginas, incluiremos todas as que atualmente estiverem no Reino Unido", explicou à Agência Efe Richard Gibby, porta-voz da instituição.
Com o prestigiado centro londrino colaborarão as bibliotecas nacionais da Escócia e País de Gales, as das universidades de Cambridge e de Oxford e o Trinity Collegue de Dublin.
Para antecipar esta ideia, seis equipes --uma de cada centro-- que desenvolverão o programa iniciarão um complexo sistema de informática desde o último fim de semana, quando entrou em vigor um novo marco legal que lhes permite obter uma cópia das páginas sem precisar do consentimento dos proprietários.
 "Até agora era necessário pedir permissão ao proprietário e, no caso de conteúdo de terceiros, precisava contar ainda com a autorização deste, tudo era muito complicado e demorava muito", comentou Gibby.
 O tempo é algo que obceca a Biblioteca Britânica, que procura incorporar toda a informação possível de cada site a seu catálogo antes que expire o tempo médio de vida de uma página --75 dias--, uma contagem regressiva contra a qual um amplo elenco lutará.
"Pode se dizer que toda a instituição está envolvida no projeto, já que, além de uma equipe específica, contamos com o apoio do serviço de operações técnicas e de manutenção", afirmou Gibby.

Agora não será pedida permissão, mas os donos serão informados; apesar de a Biblioteca Britânica pretender se dirigir a eles por escrito de forma individual, o volume de domínios faz com que provavelmente recebam simplesmente a mensagem automática do programa que obterá as cópias.
O porta-voz do centro reconhece que esse sistema pode gerar controvérsia, por isso que esclareceu que só serão registrados conteúdos que tenham sido expostos em páginas públicas e com o consentimento expresso de seu autor.

"Não tem nada a ver com a informação que podemos compartilhar em redes sociais, onde publicamos dados pessoais dentro de um grupo muito concreto de privacidade", disse.
 Com agências de notícias

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/
 

Projeto Tuboteca


 
Uma das características mais conhecidas da cidade de Curitiba são seus pontos de ônibus cilíndricos. Conhecidos como tubos, algumas dessas paradas receberam o projeto Tuboteca
A iniciativa, liderada pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Urbanização Curitiba S/A (Urbs) e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), montou minibibliotecas em sete tubos espalhados pela cidade. Os livros, doados pela FCC, podem ser retirados gratuitamente sem cadastro prévio ou prazo para devolver. A intenção, com o tempo, é que novas Tubotecas sejam instaladas em mais pontos e que o projeto também estimule a doação de livros.
 O acervo conta com obras de poesia, ficção, contos e livros infantis.
Fonte: http://bibliotecadesaopaulo.org.br