Para economizar água, escolas proíbem alunos de escovar os dentes em SP



Fabiana Marchezi

A crise hídrica que assola o Estado de São Paulo mudou a rotina nas escolas municipais de Mairinque (a 71 km de São Paulo). Nas 20 unidades da rede infantil, cerca de 2.000 alunos foram proibidos de escovar os dentes por cinco dias. Em outras quatro escolas, as aulas chegaram a ser suspensas por causa da falta de água.

De acordo com a secretária de Educação e Cultura de Mairinque, Michele Palma, a suspensão da escovação fez parte de um pacote de medidas emergenciais adotadas nas escolas municipais para evitar o desperdício.

"Muitas vezes, as crianças acabam usando a atividade para brincar, o que causa desperdício. Além da higiene bucal, que ficou suspensa por cinco dias, mas já voltou ao normal, também proibimos a lavagem dos pátios e orientamos o pessoal da cozinha para que economizasse ao máximo", explicou.

A Escola Municipal Thereza Cristina Whitaker Ribeiro de Lima, que fica no bairro Cruzeiro, foi uma das que proibiram seus 170 alunos de escovar os dentes. A diretoria da instituição, que atende crianças desde o maternal até a pré-escola, enviou uma carta aos pais comunicando a suspensão da atividade, que faz parte do dia a dia das crianças.

Na mensagem enviada aos responsáveis, a unidade informou que estava devolvendo os kits para escovação -- canecas e escovas – por causa do problema no abastecimento, e pediu para que os pais realizassem o "procedimento de escovação em casa".

A prefeitura informou que a medida foi emergencial e que com a melhora no abastecimento após as chuvas, a escovação já voltou ao normal.

Em nota, informou ainda que a interrupção da escovação, ocorrida na semana passada, foi avaliada como "excesso de zelo" pela própria Secretaria Municipal de Educação, que cancelou a determinação. A escovação foi retomada nesta segunda-feira (10).

A suspensão da medida levou em conta os argumentos dos pais dos alunos, que imediatamente procuraram os diretores de escola para manifestar seu descontentamento com a interrupção da higienização bucal.

Ainda segundo a prefeitura, os níveis dos reservatórios que abastecem a cidade estão muito baixos e, enquanto o abastecimento de água não for normalizado plenamente, campanhas de conscientização continuarão a ser realizadas na cidade.

A concessionária Saneaqua está notificando moradores flagrados lavando calçadas, carros e ruas com a utilização de mangueiras abertas, diz o Executivo. "Caso as notificações não inibam o desperdício, a prefeitura pode utilizar um novo decreto, desta vez com força de multar o cidadão que esbanjar o precioso líquido".

Fonte: UOL

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