Livros podem ajudar crianças a entenderem e enfrentarem perdas

Falar sobre perdas pode ser difícil para pessoas de qualquer idade -- e elas são uma realidade de que não podemos fugir: a morte de uma pessoa próxima ou a separação de alguém que amamos.

A situação pode ser mais delicada se tais pensamentos estiverem ocupando as mentes de crianças. Como podemos abordar esses assuntos? Aliás, devemos falar sobre isso com os pequenos?

"Tudo isso [a morte, as separações] faz parte da vida. Existe uma ilusão em poupar as crianças de assuntos difíceis, como se eles deixassem de existir ao ignorá-los", explica a psicanalista Maria Cristina Mantovanini, 55. 

Uma estratégia é usar as histórias dos livros infantis para trazer a temática, porque as histórias proporcionam um distanciamento saudável, segundo Mantovanini.

Segundo a especialista, a partir de 7 anos, conforme a fantasia não é mais suficiente para todas as respostas, as crianças começam a entrar em crises existenciais e fazer questionamentos de muita angústia.

"Os assuntos vão chegar, independente de o adulto intermediar", diz Maria Cristina. Os livros são indicados para todas as idades, até para as crianças mais velhas. "A arte, seja a música ou a escrita, pode ser reconfortante. A escrita é um pensamento mais elaborado. Em terapia, nós usamos histórias como exemplos para a vida até para os adultos, a exemplo dos contos de fada."

"A literatura é um pulmão, onde a gente consegue respirar melhor e compreender no terreno simbólico o que não é fácil de ser digerido", explica Márcia Leite, 55, diretora da Editora Pulo do Gato, que investe em assuntos dessa natureza em seu catálogo infantil. "A gente tenta mostrar que o livro é uma espécie de ensaio de vida. Não estamos vivendo aquilo, mas a obra nos convida a chegar perto do tema", completa.

Veja uma lista com sugestões de livros:

O Amor Pega Feito Bocejo (Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira, Companhia das Letras): Escrito em verso, o livro conta a história de um garoto que tem uma tia com Alzheimer. Ela vive na casa dele e um dia desaparece.


Cadê Meu Avô (Lídia Carvalho, Editora Biruta): Renato está muito triste, pois perdeu um avô muito querido, que gostava de contar histórias. No Natal, ele decide pedir ajuda ao Papai Noel para encontrar o velho amigo.

Chakchuca Desapareceu (Galia Oz, Companhia das Letras): Chakchuca é uma cachorrinha. Ela desaparece e deixa sua dona muito aflita, iniciando uma aventura para desvendar o mistério do sumiço do animal de estimação.

Começo, Meio e Fim (Frei Betto, Editora Rocco): A personagem é uma menina tão meiga e doce, que associa todos os membros da família às guloseimas que gosta de devorar. Quando descobre a morte, percebe que a vida também tem seu lado amargo. A descoberta é suavizada pela amorosa lição de vida dada por seu avô. 

A Cruzada das Crianças (Bertolt Brecht, Pulo do Gato): O poema narrativo conta a história da árdua peregrinação de um grupo de crianças órfãs que foge dos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial. Juntas, elas buscam refúgio e lutam contra a fome, o frio, a miséria e o desamparo.

O Domingo Trocado (Ruth Löbner, Brinque Book): Filho de pais separados, Jonas passa a semana com Ana, sua mãe. Os finais de semana ficam por conta do pai, Pedro, que é muito atrapalhado. Certo domingo, Jonas decide trocar de papel com o pai, realizando todas as tarefas. Tudo funciona perfeitamente até irem ao parque tomar sorvete e viverem algo inesperado.

Eu Vi Mamãe Nascer (Luiz Fernando Emediato, Geração Editorial): Uma criança de oito anos narra suas reações diante da morte da mãe. O livro busca conforto não apenas ao falar da morte, mas também ao tentar responder qual é o sentido da vida. 

Eloísa e os bichos (Jairo Buitrago, Pulo do Gato): Uma menina muda com o pai para uma nova cidade e enfrenta um mundo totalmente diferente do que conhecia, no qual se sente um verdadeiro bicho estranho.


Greve de Vida (Amélie Couture, Companhia das Letras): Uma garota perdeu a mãe durante o seu nascimento e foi criada pela avó. Tudo muda quando essa avó morre e a menina passa a viver com o pai, a nova esposa e o filho deles. Revoltada com as mudanças, a personagem decide fazer uma greve de vida e ficar trancada no quarto, sem fazer nada e nem falar com ninguém.

A História de uma Folha (Leo Buscaglia, Record): Como sugere o título, o livro conta a história de uma folha, ilustrando o equilíbrio entre a vida e a morte. Mostra-se como essa folha e suas companheiras mudam com a passagem das estações, caindo finalmente ao solo com a neve do inverno.

Íris - Uma Despedida (Gudrun Mebs, Pulo do Gato): A família de Íris descobre que ela está gravemente doente e precisa ser hospitalizada. A irmã mais nova narra os sentimentos que a afligem, como medo, a esperança e a tristeza.

Lá e Aqui (Carolina Moreyra e Odilon Moraes, Pequena Zahar): uma criança fala sobre a separação dos pais e mostra como a situação pode ser vivida de maneira positiva, sem menosprezar o sofrimento.


Malala – a menina que queria ir para a escola (Adriana Carranca, Companhia das Letras): A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai foi baleada por membros do Talibã aos catorze anos por defender a educação feminina. O livro conta a história, as perdas e os ganhos da menina que se tornou Prêmio Nobel da Paz.

O Medo da Sementinha (Rubem Alves, Paulus Editora): Durante o seu desenvolvimento, uma semente passa por medos e preocupações. A mãe dela acompanha esses sentimentos e a conforta.

Menina Nina - Duas Razões Para Não Chorar (Ziraldo, Melhoramentos): Ao falar dos sentimentos de uma criança que perde a avó, o autor aborda os mistérios da vida e da morte, falando de dor e esperança.

O Menino e o Vento (Regina Machado, Companhia das Letras): Desobedecendo o pai, um menino se lança ao mar para pescar sozinho e embarca em uma longa viagem. Ele se divertiu muito, até se dar conta que estava perdido dos pais.

Meu Filho Pato (Vários autores, Companhia das Letras): Idealizado pelo escritor Ilan Brenman com a equipe de psicólogas do Instituto 4 Estações, especializadas em lidar com situações de perda, o livro reúne seis histórias sobre o assunto, escritas por seis escritores diferentes. Há contos cômicos, tristes, poesia e até cordel, além de textos de apoio para tratar o tema com as crianças.

A Montanha Encantada dos Gansos Selvagens (Rubem Alves, Paulus Editora): O nascimento do gansinho Cheio-de-Jasmim alegrou a vida dos gansos selvagens, que enfrentavam o frio e o calor, os caçadores e a fome. O pequeno animal adorava ouvir histórias. Uma delas falava sobre a Montanha Mágica, para onde iam os gansos mais velhos...

A Mulher que Matou os Peixes (Clarice Lispector, Editora Rocco): A personagem se esquece de alimentar os peixinhos de seu filho. Ela pede perdão aos leitores e procura explicar como tudo aconteceu.

A Operação de Lili (Rubem Alves, Paulus Editora): A elefantinha Lili precisa fazer uma operação para retirar Gregório de sua tromba. O amigo sapo foi parar lá após uma brincadeira. Com muito medo da cirurgia, Lili contou com a ajuda da Fada da Floresta.

Os Porquês do Coração (Nye Ribeiro e Conceil C. Silva, Editora do Brasil): Mabel é uma menina curiosa e vive fazendo perguntas, na tentativa de entender o mundo. Ela ganha um peixinho de aniversário e com ele vai descobrir o sentido da amizade, do amor e da perda.

A Preciosa Pergunta da Pata (Leen van den Berg, Brinque Book): Uma pata perdeu seu patinho e está muito triste. Surge a pergunta: Para onde vamos quando morremos?

O Reino Partido ao Meio (Rosa Amanda Strausz, Companhia das Letras): O reino de um príncipe é partido ao meio por um dragão furioso. A partir de então, ele precisa aprender a viver com tudo quebrado na metade, até seus pais.

Roupa de Brincar (Eliandro Rocha, Pulo do Gato): A maior diversão de uma menina é brincar no guarda-roupa da tia. Até que um dia a garota vai visitá-la e percebe que ela está muito triste. Quando entra no guarda-roupa, nota que até as cores haviam sumido. Tudo isso porque alguém querido morreu.

Tempos de Vida (Brian Mellonie, Editora Global): A obra trata a morte como parte do ciclo natural, falando sobre o nascimento, crescimento, maturidade e o fim. Mostra que isso acontece com todos os seres vivos, dos insetos aos seres humanos.

Um Outro País para Azzi (Sarah Garland, Pulo do Gato): Azzi é um menino refugiado. Após fugir às pressas com seus pais, embarca em um país desconhecido, com pouca bagagem e a esperança de uma vida mais segura. Agora o menino terá de enfrentar a saudade que sente da avó e muitos desafios.

O Violinista (Colin Thompson, Brinque Book): Oscar toca seu violino na calçada de um teatro, entretendo as pessoas que aguardam na fila para comprar ingressos. Envolvido em sua própria música, ele sonha em ser um grande músico e ter ao seu lado a filha Marieta, que já se foi.

Vó Nana (Margaret Wild, Brinque Book): Vó Nana e Neta moram juntas e compartilham tudo, inclusive as tarefas da casa. Certo dia, elas precisam se despedir da melhor maneira que conhecem.

Vô, Eu Sei Domar Abelhas (Monika Feth, Brinque Book): Diego é muito apegado ao avô, que morre de repente. Mas as explicações para a morte não convencem o menino.

Vovô Foi Viajar (Mauricio Veneza, Compor Editora): O sumiço do avô intriga a neta, mas os pais dela não conseguem responder suas perguntas.


Sucesso na internet, blogueiro tem livro adotado por escola em Goiás


O jovem Rafael Magalhães, de 29 anos, autor de um blog de crônicas e de dois livros que reúnem os textos publicados na internet, teve uma de suas obras adotadas por uma escola de Goiânia. Formado em educação física, Rafael abandonou a profissão para dedicar-se exclusivamente ao livro, ao blog e à sua página no Instagram, que reúne quase 1 milhão de seguidores. Ele conversou com o G1 sobre o trabalho (veja o vídeo neste link).


Segundo o blogueiro, escrever sempre foi um hobby, e ele diz que se sente orgulhoso em poder viver do que antes era um passatempo. “Estou vivendo um sonho, através das palavras que começaram de forma inocente e despretensiosa, virei um escritor e estou curtindo muito este momento”, afirmou o blogueiro.

Rafael é autor do blog Precisava Escrever, que reúne textos sobre encontros e desencontros de amor, amizade, perdas e situações do cotidiano. Ele afirma que quando criou o site, em 2010, não tinha a intenção de tornar os registros públicos. “Eu escrevia para mim, como um diário para vencer a timidez e colocar no papel aquilo que eu estava sentindo, minhas percepções sobre fatos que aconteceram na minha vida”, contou.

O jovem escritor conta que sempre fugiu do que era tradicional. Quando passou no vestibular, foi aprovado em direito e em educação física, mas escolheu a segunda opção.

Rafael afirma ainda que sempre teve o apoio dos pais, mas que houve surpresa quando ele comunicou que ia se dedicar ao trabalho do blog.

“Meu irmão é médico. Eu já tinha trocado direito em uma universidade federal por um curso menos tradicional. Eles se surpreenderam, mas me apoiaram. Hoje, eu e eles integramos a ‘equipe Precisava Escrever’", brincou.

Rafael não sabe dizer exatamente quando o blog bombou na web, mas conta que ocrescimento foi gradual. Apesar disso, ele destaca um texto em especial, escrito em homenagem ao cantor Cristiano Araújo e sua namorada, Allana Moraes, mortos em um acidente de carro em junho de 2015. Segundo ele, após a publicação do texto, ele quase dobrou o número de seguidores nas redes sociais.

“Foi legal, porque até então, apesar de ter muitos leitores, não tinha um texto que tivesse dado tanta repercussão”, considerou Rafael.

A crônica ao sertanejo foi escrita em primeira pessoa, como se Deus estivesse conversando com Araújo. “Vocês dois voarão daquele carro direto para os meus braços. Não sentirão dor, mas causarão. Uma nação inteira ficará em luto. Mas, sabe de uma coisa, meu filho. Pode parecer estranho, mas, às vezes, as pessoas precisam morrer para se tornarem imortais. Será assim com você. Sua passagem será curta, mas deixará marcas que não se apagarão jamais”, diz um trecho do texto.

Após o sucesso, seguidores começaram pedir que Rafael publicasse um livro que reunisse os textos da internet. “Eles pediam para ter tudo aquilo que viam nas telas dos computadores e celulares, no papel. Daí a ideia da série de livros”, disse. Rafael publicou o segundo livro da série Precisava Escrever em dezembro do ano passado. Sem editora, o livro é comercializado no próprio blog e todo trabalho de divulgação é feito pelo autor.

Os dois primeiros livros foram uma coletânea dos textos já publicados por Rafael no site e nas redes sociais com alguns inéditos feitos exclusivamente para a versão impressa. Agora ele diz que está escrevendo um romance, uma história diferente dos formatos já feitos por ele. "Eu estou ansioso, é um trabalho paralelo ao que todos já conhecem do blog, acho que vai ser legal", comenta.

Livro

Com a repercussão dos livros de Rafael, a coordenação de língua portuguesa do Colégio Externato São José resolveu adotar a primeira obra como livro literário obrigatório do 9º ano do ensino fundamental.

“É legal porque é uma leitura próxima da realidade dos meninos e está sendo um sucesso, alunos que nem eram obrigados a ler, de séries mais novas, pediram para comprar e ler o Precisava Escrever”, afirmou a diretora pedagógica Darlei Dário Padilha.

O G1 levou o autor do livro para encontrar com os alunos leitores e seguidores dele na internet. Durante o encontro, eles compartilharam seus textos favoritos e fizeram comentários sobre a obra de Rafael Magalhães. Um dos preferidos entre os estudantes, o texto “Guarde estas lágrimas”, presente no primeiro livro do blogueiro, foi lido em conjunto pela turma.

A estudante Maria Fernanda Lustosa, 13 anos, disse que gosta dos textos de Rafael porque eles são de fácil identificação. Além disso, ela diz que, apesar de se tratarem de questões cotidianas, provocam grandes reflexões. “Eu leio e penso, gente, como eu sofro por coisa que não é relevante, que é dispensável. A gente tem que parar, de fato, com os ‘mimimis’(sic) ”, afirmou a adolescente.

Segundo a professora de literatura, todos que leram se identificaram de alguma forma. Bárbara Manzi, estudante do 9º ano, disse que se emocionou ao ler um texto que fala sobre perdas. “As vezes o que a gente precisa é de ler histórias que a gente se identifique e pensar, ‘poxa, esse sentimento não é só meu’, a gente vive isso junto”, afirmou Bárbara.

Com o sucesso que foi a leitura do livro, a diretoria pedagógica já estuda ampliar a abrangência da aplicação da leitura para novas séries.

O escritor destaca que se sente bem com o reconhecimento do seu trabalho. “Eu acho legal isso, o que me motivava a escrever os textos quando criei o blog era exatamente buscar identificação, que é o que os meninos sentem quando leem os textos, seja no livro, no blog ou nas redes sociais”, afirmou Rafael.

Fonte: http://bit.ly/1Rz4efC

Google Docs agora pode transformar arquivos em um Ebook

Plataforma permite salvar documentos diretamente em formato EPUB

Google Docs, programa que permite criar, editar e visualizar documentos de texto e compartilhá-los no Google Drive, está com uma novidade que vai agradar usuários de Kindle e outros e-readers: agora é possível salvar documentos no formato epub. Esse formato permite maior controle de textos e imagens em dispositivos móveis para leitura de arquivos de texto, como tablets e celulares.
Dessa forma, o usuário pode controlar o tamanho de fontes, alterar a formatação do texto e outros recursos exclusivos do formato EPUB. Para salvar ou converter seus arquivos basta acessar a nova função dentro do Google Docs e aguardar o download do arquivo. Veja como utilizar.
Veja como converter seus documentos do Google Docs para EPUB:
Passo 1. Entre no Google Docs e abra o documento que deseja salvar como EPUB.

Passo 2. Clique no menu Arquivo, vá na opção Fazer Download Como e depois escolha a opção Publicação EPUB (.epub).

Com esta ação você consegue salvar e converter seus documentos do Google Docs para o formato EPUB. Diferente de outros formatos, o EPUB permite um controle muito maior do texto e imagens em dispositivos de leitura.

Conheça truques que ajudam a melhorar a compreensão de textos


Durante o ano, não é raro encontrar universitários sobrecarregados com a carga de leitura dos cursos. Por causa do cansaço e do volume de conteúdos, é natural que os estudantes sintam mais dificuldade em compreender os textos e, consequentemente acabem demorando mais para ler. No entanto, existem técnicas eficazes que otimizam a compreensão dos leitores e podem ajudar quem está estudando para as provas e trabalhos finais. Confira abaixo as dicas preparadas pela Universia Brasil e boa sorte!

Leia o prefácio e a introdução
Por mais que se queira ganhar tempo, pular o prefácio e a introdução do texto não é uma boa ideia. O motivo? Lá estão informações importantes sobre o conteúdo do texto, como a opinião do autor sobre o tema e os principais tópicos que serão abordados. Ao ler essas duas partes, o estudante já terá uma visão do assunto e ficará mais atento nos pontos importantes do livro.

Faça anotações
Enquanto lê, é importante guardar suas impressões, fazendo anotações quando encontrar uma frase ou parágrafo relevante. A ideia é que sejam notas breves e concisas, que simplifiquem os conceitos. Depois de finalizar a leitura, faça um resumo com essas notas para reforçar a compreensão do conteúdo.

Não grife mais do que o necessário
Não abuse do marca-textos! Ao sublinhar as páginas, destaque palavras-chave ou frases curtas. Grife apenas o que for extremamente importante, caso contrário, o destaque perderá o efeito de síntese.

Leia antes de ir para a aula
Tente adiantar a leitura para já estar familiarizado com os conceitos antes da aula. Dessa forma, se você tiver dúvidas, não precisa esperar mais tempo para resolvê-las. A técnica também otimiza o aprendizado, pois ler de acordo com o ritmo da turma faz com que o estudante esteja atualizado em relação ao conteúdo, sem contar que a carga de leitura não se acumula.

Confira 5 ótimos hábitos diários para escrever bem melhor


“O escritor é um homem que, mais do que qualquer outro, tem dificuldade para escrever”, disse o alemão Thomas Mann, vencedor do prêmio Nobel de literatura de 1929.

A frase é um alento para aqueles que sofrem diante da página em branco. As palavras, afinal, exigem suor e empenho até dos artistas mais brilhantes.

Apesar disso, fatores como a influência da tecnologia têm trazido prejuízos adicionais para a escrita do cotidiano, afirma Diogo Arrais, professor de português no Damásio Educacional.

“Com a rapidez trazida pela internet, a maioria dos profissionais precisa se comunicar de uma forma praticamente imediata no trabalho", diz ele.

Com a pressa, sobram mensagens ambíguas e mal construídas - que, por sua vez, podem levar a erros operacionais, conflitos com colegas e até prejuízos financeiros para a empresa.

A influência da comunicação oral e a falta de familiaridade com a escrita também fazem com que muitos textos corporativos sejam infestados de problemas estruturais, diz Rosângela Cremaschi, professora de comunicação escrita na Faap.

"Ambiguidades, redundâncias, clichês, jargões, erros de sintaxe, pontuação incorreta e excesso de estrangeirismos são extremamente comuns", afirma ela.

A boa notícia é que todas essas “pragas” têm remédio. Veja a seguir cinco hábitos sugeridos pelos professores para melhorar a sua redação:

1. Adote um livro de cabeceira 
Você certamente já ouviu que, para escrever bem, é preciso ler muito. Arrais corrobora o conselho e diz mais: escolha um livro do seu interesse e não passe um dia sem abri-lo, nem que seja para ler poucas páginas.

O ideal é priorizar obras de ficção. “Além de trazer repertório gramatical e vocabular, a literatura apresenta analogias e metáforas, o que ajuda a escrever melhor sobre qualquer assunto”, diz o professor do Damásio.

2. Use qualquer pretexto para escrever
Se você prestar atenção, verá que o cotidiano abre espaço para pequenas redações o tempo todo. "Escreva e-mails, recados, bilhetes, lembretes, cartas e até poemas", sugere Rosângela. O importante é usar todas as oportunidades possíveis para treinar a escrita.

Arrais vai além e propõe alimentar um blog ou até um perfil nas redes sociais com textos mais “autorais”. Nesse exercício, diz o professor, a prioridade não é tanto o conteúdo dos artigos, mas sim a atenção que você dedicará à sua forma.

3. Pense no leitor (e peça feedback)
Na pressa do dia a dia, é comum apertar o botão “enviar” do e-mail sem revisar nada. Nada pode ser mais nocivo para a qualidade da comunicação, dizem os professores.

Se você quer aperfeiçoar a sua redação, é importante investir alguns segundos para reler o que você escreveu. Falta alguma informação? A mensagem está realmente clara? Segundo Arrais, é fundamental se imaginar no lugar do leitor ou até pedir comentários e críticas sobre o seu texto a colegas, familiares e amigos.

4. Desabilite o corretor ortográfico
Rosângela diz que não são poucos os profissionais que ficam "reféns" de corretores automáticos. "O problema é que esse tipo de instrumento é incapaz de compreender nossas ideias e nosso estilo de escrita”, afirma a professora da Faap. Em vez de ajudar, a tecnologia acaba confundindo e gerando insegurança.

Para ganhar confiança e independência, a dica é substituir a ferramenta por bons materiais de consulta, como um dicionário atualizado pelo novo acordo ortográfico e uma gramática confiável.

5. Investigue o que você (ainda) não sabe
Ao se deparar com uma dúvida de português, você costuma mudar a frase para evitar a construção que está causando insegurança? Esse tipo de “fuga” é muito frequente, mas desperdiça grandes chances de aprendizado, afirma Rosângela.

Quando você questiona a escrita de alguma palavra, o uso de determinada expressão ou a construção de uma frase, essa é a hora de consultar os materiais de referência mencionados no item anterior. Segundo a professora, a pior alternativa é ignorar o problema e, assim, perpetuar a dúvida.

Qual é a finalidade do trabalho bibliotecário?

Por Fabiano Caruso

Durante meus cursos costumo oferecer uma apresentação introdutória contextualizando as mudanças em nossa área traçando uma paralelo com as transformações da economia industrial para a economia da experiência. Um dos objetivos é evidenciar que a miopia de marketing presente em alguns em discursos sobre atuação profissional podem ofuscar reais oportunidades de atuação.


Quando a formação do bibliotecário era específica para atuação em bibliotecas o marketing da área estava embutido na natureza de cada biblioteca. Ou seja, a finalidade da atuação profissional poderia ser compreendida relacionando o nosso código de ética (preservar o cunho liberal e humanista de sua profissão, fundamentado na liberdade da investigação científica e na dignidade da pessoa humana) que orienta nossas práticas a prestação de serviços para as pessoas, com os tipos de bibliotecas, que as direcionam para comunidades e necessidades pré-definidas. Ou seja, os livros, documentos e as técnicas eram meios utilizados para maximizar o acesso e prover experiências intelectuais positivas em cada tipo de biblioteca.
No entanto a partir fase da economia de serviços acompanhamos uma mudança da formação na área orientada para o problema da informação. Bibliotecários passaram também a denominar-se gestores de unidades de informação e/ou mediadores da informação. A miopia de marketing esta na perspectiva de que a informação é a finalidade da atuação profissional. O que não deveria ser pois a informação é um dos meios e não a finalidade da atuação em nossa área. Da mesma forma que os livros e documentos eram nossos meios nas bibliotecas tradicionais na fase pré-digital. Mesmo quando atuamos sobrecarregados de trabalho técnico em bibliotecas sem relação direta com os usuários, poderiamos cumprir nossa função de forma indireta, pois o marketing estava vinculado a experiência dos usuários no acesso aos tipos de serviços  intrínsecos ao tipo de cada biblioteca.

Quando divulga-se que a finalidade da atuação profissional é disseminação da informação em qualquer suporte gera-se o grande problema de formação atualmente: a confusão entre meios e fins. Faz sentido enquanto pesquisador  (cientista da informação) tentar compreender como os fluxos da informação (meios) relacionam-se com a realidade. Mas não faz sentido para atuação profissional acreditar que precisamos disseminar a informação indiscriminadamente. Pois a nossa atuação profissional deve ser centrada em como melhor adequar nossos meios (recursos e serviços de informação) para os fins (pessoas). Com esta distinção entre meios e fins que também é possível diferenciar a responsabilidade de técnicos em biblioteconomia e bibliotecários. Os técnicos podem trabalhar exclusivamente com os meios, mas só os bibliotecários podem planejar novos serviços para converter os meios para os fins.
O discurso que vincula as oportunidades de atuação profissional apenas para os meios é o que costumo chamar de ideologia da informação (ideologia é um sistema de pensamento que não corresponde com a realidade). Um discurso muitas vezes proveniente da importação de tendências de outras áreas – como a de gestão  – tentando vislumbrar novas oportunidades de atuação em diferentes suportes. Um dos exemplos esta em práticas como a de Gestão da Informação e na relação entre Dado – Informação – Conhecimento superada em práticas de gestão mais emergentes. Devido a consumerização da tecnologia da informação  muitas práticas de gestão relacionadas a mediação da informação deram lugar a práticas ligadas a Gestão da Inovação e Colaboração. Ou seja, o que pode fazer sentido teórico durante uma pesquisa e revisão de literatura pode não fazer como objetivo da atuação profissional em um cenário de rupturas tecnológicas. 
Qual é a diferença entre um profissional da informação e um bibliotecário? Durante um período de tempo pude atuar com a aplicação de técnicas de organização da informação para o desenvolvimento de portais corporativos e de plataformas de e-commerce. Estava sendo bibliotecário? Não. Pois a atuação estava centrada nos meios para resolver problemas de processos corporativos. Lembram do código de ética com a liberdade de investigação científica? O que otimizar a recuperação de informação em um portal corporativo tem haver com desenvolvimento intelectual? Existe uma relação muito mais direta da aplicação de nossas técnicas para o desenvolvimento organizacional do que o  desenvolvimento humano e em algumas situações eles podem não ser compatíveis.
No entanto acredito na possibilidade de atualizar o sentido da formação profissional em biblioteconomia para o cenário econômico emergente. De que forma? Partindo do princípio de que as bibliotecas sempre foram parte da economia da experiência. Que tipo de experiência? Experiência Intelectual. Logo o objetivo da atuação profissional não tem relação com a disseminação da informação (meios) mas em prover uma experiência intelectual positiva (fins). É possível disseminar a informação com o uso adequado de técnicas da nossa área para organização e recuperação da informação, mas o valor do nosso trabalho só pode ser medido quando conectamos os meios com os fins. 
Planejar e prover serviços de informação orientados a experiência intelectual dos usuários em diferentes contextos.
Qual seria então a finalidade da atuação profissional do bibliotecário que faz mais sentido em qualquer suporte que tem relação direta com a experiência intelectual? Inteligência. A minha defesa é que o nosso objeto de atuação profissional é a inteligência, mesmo que  o de pesquisa continue sendo a informação. Sempre atuamos através das bibliotecas com alguma modalidade de Democratização da Inteligência. Tanto que o campo da Ciência da Informação surgiu com a expectativa de que técnicas oriundas da nossa área poderiam oferecer suporte aos setores de inteligência na área governamental. Um exemplo pode ser a criação de serviços de informação voltados para os distintos níveis de intelecto profissional ou em pesquisa.
Compreendendo que a Democratização da Inteligência é a norteadora para o desenvolvimento de serviços de informação centrados nas pessoas existem pelo menos três linhas de atuação profissional possíveis: Curadoria Digital, Colaboração e Capacitação.
Curadoria Digital é o tema do meu próximo curso na ExtraLibris. Trata-se de uma forma de atualização da disciplina de Referência.
Estas três linhas são uma proposta para melhor relacionar nossos meios com os fins e são temas abordei profissionalmente na última década. Quem sabe, em uma próxima publicação para o BSF escreva com exemplos de práticas profissionais possíveis com cada uma das linhas.
NOTAS:
(1) Importante assistir a apresentação do Joseph Pine sobre a Economia da Experiência.
(2) O artigo original traduzido para português sobre a Miopia de Marketing do Theodore Levitt para a Harvard Business Review – jul/ago/1960 pode ser baixado neste link.
(3) Também vale a pena ler sobre a importância da criação de serviços de informação centrados nas pessoas em um cenário de abundância de informação  no artigo A “fadiga da carne”: reflexões sobre a vida da mente na Era da Abundância, publicado originalmente na EDUCAUSE Review, vol. 39, no. 2 (March/April 2004). Durante a leitura deste artigo na graduação que foi possível compreender que o foco da atuação em ambientes digitais não deveria ser direcionado para a criação de repositórios e bibliotecas digitais.
(4) O que escrevi no post é um direcionamento de um trabalho de pesquisa maior que envolve o cruzamento de diversas outras referências. Durante os meus cursos realizo uma apresentação com mais exemplos, referências e estudos de caso de práticas orientadas a democratização da inteligência que podemos realizar com nossas técnicas para organização e disseminação da informação.


Gêmeas de 7 anos criam canal de vídeos sobre literatura infantil


Já foram publicadas 24 gravações sobre livros de autores diversos: nomes consagrados, como de Ruth Rocha e Ana Maria Machado
As gêmeas cariocas Beatriz e Juliana Mello, de 7 anos, criaram um canal de vídeos no Youtube para divulgar dicas de obras literárias infantis: Dicas da Bia e da Juju. Até agora, já foram publicadas 24 gravações sobre livros de autores diversos: nomes consagrados, como de Ruth Rocha e Ana Maria Machado, e escritores jovens, como Thalita Rebouças.
A ideia surgiu quando a professora das meninas, na escola, sugeriu que elas treinassem mais a leitura em voz alta. Para estimular as irmãs a realizar o exercício, deu a dica de que registrassem tudo em vídeos, para poderem assistir depois e se autoavaliarem.
“Na hora de gravar, sugeri que contassem um pouco o que acharam do livro para ficar mais divertido”, conta a mãe das gêmeas, Ana Carolina Trotta, 39 anos. “Ao terminar, elas viram e pediram para mostrar ‘para todos os amigos e todas as crianças’.”
A primeira publicação de vídeo na Internet ocorreu em setembro de 2015, quando o canal ainda não tinha um nome. Seis meses depois, as irmãs continuam empolgadas com a ideia,
Juliana prefere as coleções Go Girl, Bruxa Onilda, Bruxinha Winnie e Casa Amarela. Também aprecia as revistas da Turma da Mônica, do Menino Maluquinho e do Riquinho. Já Beatriz costuma ler Ziraldo, Ruth Rocha e Ana Maria Machado.
A mãe das meninas garante que, além da escola, a família também sempre incentivou o hábito de leitura. “Uma mania que eu e meu marido sempre tivemos é, nas idas ao shopping, parar em uma livraria específica, e elas já pedem para ir lá. Adoram”, afirma Ana Carolina.

Wendel viu na educação uma maneira de mudar de vida



Quanto a educação pode modificar uma vida? No caso de Wendel Mataruco de Araújo, o estudo fez com que ele saísse do Centro de Ressocialização (CR) Masculino de Araraquara com destino à sala de aula do curso de Engenharia Civil.


Preso pela primeira vez aos 20 anos, pelo crime de tráfico de drogas, Wendel buscou nos livros um recomeço e hoje, aos 37 anos, e prestes a ganhar a liberdade, o reeducando entrará pela primeira vez em uma faculdade.

Com notas altas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Wendel foi aprovado em 6º lugar no curso de Direito e 11º em Engenharia Civil, e conseguiu bolsa integral pelo Programa Universidade Para Todos (Prouni). “Eu sei que fiz muita coisa errada por pura imaturidade. Mas foi vendo minha mãe chorar e o sofrimento da minha família que optei por me afastar da criminalidade e me aproximar dos estudos, ainda dentro da cadeia. Agora só quero que minha mãe e minha noiva se orgulhem do Wendel engenheiro”, ressalta.

Nascido em Ribeirão Preto, Wendel viveu em um dos bairros mais violentos da cidade, onde acabou se envolvendo com a criminalidade. “Eu tive problemas na infância com meu pai, que era alcoólatra, e fui cuidado pela minha mãe. Meus amigos da rua eram envolvidos com o crime. Fui imaturo e também acabei me envolvendo, até ser preso por tráfico de drogas aos 20 anos”, explica.

Pela segunda vez - Três anos depois o jovem acabou voltando para as ruas, as mesmas que o levaram para a cadeia, e retornou ao crime. Em São Paulo, decidiu roubar um carro para conseguir dinheiro. Porém, durante a fuga, ele acabou atropelando dois policiais civis. “Passados seis meses acabei sendo acusado de latrocínio em Minas Gerais, crime que negarei até o fim da minha vida, e fui condenado a 25 anos de prisão. Foi vendo minha mãe chorar que me arrependi de tudo que tinha feito e decidi ficar longe daquele ‘poço sem fundo’. Então comecei a estudar de madrugada para não me envolver com as conversas dos presos que estavam comigo na penitenciária”.

Wendel cumpriu oito anos de sua pena e nesse período prestou três vezes o Enem. “Eu fiz o Ensino Fundamental enquanto estava preso em Serra Azul, onde me incentivaram muito a estudar. Eu mal sabia ler e escrever. Como tinha tempo na cadeia, comecei a pegar gosto pela leitura. Uma coisa foi puxando a outra. Hoje sou autodidata e recebi o certificado do Ensino Médio pelo Enem, devido à minha pontuação”.

Ainda neste mês ganhará a liberdade e a chance de ter um diploma. “Eu sei que vou enfrentar muito preconceito, pois as pessoas acreditam que uma vez errado, sempre errado. Eu vou provar o contrário, vou ser o melhor aluno, e dar muito orgulho para minha mãe e minha noiva quando for um engenheiro formado”, finaliza Wendel que, mesmo em liberdade, continuará se apresentando ao juiz a cada 30 dias.

Reeducação - Para Valdete Gomes Ribeiro, uma das agentes responsáveis pela educação no CR, incentivar a leitura onde ocorre a ressocialização é algo primordial. “A educação muda trajetórias, muda caminhos. Você precisa se esforçar muito, mas ela mostra muitas boas possibilidades. Nós acreditamos na ressocialização e por isso nos esforçamos, educando e ensinando novos trabalhos, voltando recuperado para a sociedade”, destaca.

O CR Masculino de Araraquara conta hoje com alfabetização, Ensino Fundamental e Médio, além de dois cursos profissionalizantes.

Internos visitam o Senai Araraquara - É também em busca da recuperação de jovens por meio da educação que a unidade da semiliberdade de Araraquara levou sete de seus internos para conhecer o Senai na semana passada, visando as bolsas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que serão abertas em março.

“Essa é uma maneira de eles garantirem espaço no mercado de trabalho. Hoje, mais de 70% dos 14 adolescentes estão detidos por tráfico de drogas. Muitos desses se envolveram com o crime por sobrevivência. O objetivo aqui é mostrar que com o estudo eles não precisarão depender do tráfico”, conta o diretor da unidade, Benjamim Campos.

E foi por conta do consumismo que Henrique (nome fictício), de 17 anos, acabou se envolvendo com o tráfico e foi encaminhado para a Fundação Casa. “Eu chegava na escola e sempre via os meninos da minha sala com roupas ou tênis bons. Minha família não tinha condições de me dar nada daquilo, então decidi traficar para ter dinheiro e comprar aquilo que tinha vontade. Mas depois de entrar aqui, minha vontade é de fazer diferente. Fiquei com muita vontade de fazer o curso de torneiro mecânico”, conta.

Também foi por tráfico que Marcos (nome fictício), 17, foi apreendido. “Eu nunca tinha entrado aqui e me interessei pelo curso de marceneiro. Daqui cinco meses estou livre e quero estudar e trabalhar. Não entrei no mundo do crime por opção, quero um futuro melhor para mim”, destaca.

Os adolescentes da semiliberdade estudam e participam de programas esportivos e culturais fora da unidade, monitorados por agentes. “Eles saem sozinhos para ter uma autonomia, mas estão sempre sendo monitorados. Aqui, o que estamos fazendo é mostrar um novo caminho que pode ser trilhado por eles”, ressalta o agente de apoio socioeducativo, Reginaldo Camassuti.



A educação que transforma

A notícia de que jovens presos ou submetidos a medidas socioeducativas de restrição de liberdade conseguiram sucesso em seus estudos renova as esperanças e a certeza de que o futuro da humanidade reside na igualdade real de oportunidades para todos, diferente do que vemos hoje.
Nós, humanos, somos capazes dos feitos mais incríveis. Somos dotados de talentos, de inteligência, de capacidades que nos diferenciam de qualquer outro ser vivo do planeta. O que determina nosso sucesso não é somente nossa capacidade individual, mas a oportunidade de desenvolvê-la. Por conta das diferenças econômicas, poucos têm acesso aos mecanismos que permitem que nossos talentos se desenvolvam, e é este o ponto que devemos cuidar.
A vitória destes jovens é a prova de que quanto menos prisão e mais oportunidades oferecermos aos jovens - mas de verdade, não da boca para fora - maiores são as chances de os afastarmos da violência, de os incluirmos na sociedade. O que estes jovens nos mostraram é que, presentes as condições, todos, inclusive os envolvidos pela criminalidade, possuem condições de crescer. Este é nosso desafio: permitir aos jovens desenvolver seus talentos e capacidades. Mãos à obra!
Em um mundo onde a educação é um privilégio, ter acesso a ela de forma séria, ela pode mudar a vida de um jovem para sempre.

Moacir de Freitas Junior
Sociólogo