Por que os aplicativos são uma boa forma de educar seus filhos?


De acordo com uma pesquisa da AVG realizada em 10 países no ano passado, mais de 75% das crianças entre 3 e 5 anos já utilizaram algum aplicativo educacional. O hábito vem sendo adotado também por pais e professores, que incentivam as crianças a utilizarem esses apps para complementar suas lições em sala de aula. Não surpreendentemente, a disponibilidade de tais aplicativos subiu consideravelmente ao longo dos últimos trimestres: só no Itunes, a loja online da Apple, existe mais de 65 mil aplicativos educionais. Mas quais são as vantagens desses apps?

Aplicativos tornam o aprendizado divertido

Há muitos aplicativos educacionais para crianças que, além de educar, são divertidos. Aplicativos interativos, como livros de histórias e jogos, são ótimas forma de aprendizagem para os as crianças e são uma maneira divertida de fazê-los entender um pouco mais sobre saúde, leitura, música ou comida. Por serem interativos, estes aplicativos acabam se tornando uma alternativa melhor do que uma atividade passiva, como assistir TV, por exemplo.

Os apps podem ajudar a desenvolver habilidades importantes, como a coordenação motora

Muitos aplicativos envolvem atividades como traçar linhas, formas, letras e números, ou envolvem jogos que desafiam a coordenação motora, desenvolvendo habilidades fundamentais para as crianças.

Os aplicativos complementam as atividades em sala de aula

Existem centenas de aplicativos educacionais destinados às crianças com menos de 5 anos, de livros de histórias interativos a jogos divertidos, que podem ajudar a prepará-las para a escola, reforçando a leitura, a fala e as habilidades matemáticas. Um número crescente de escolas e professores também está se voltando para estes dispositivos dentro da sala de aula como material de apoio.

Melhor compreensão de leitura

Um dos principais benefícios dos aplicativos educacionais para crianças se dá na fase inicial da alfabetização. A compreensão de leitura e a interpretação de texto aumentam quando as crianças brincam com jogos e a leitura é mais fácil quando há visão e som como elementos “recompensadores”. A facilidade na leitura desenvolve por consequência a habilidade da fala também. Há, inclusive, aplicativos onde você pode monitorar a evolução da leitura do seu filho.

Mais do que apenas para crianças

É um erro achar que só as crianças são beneficiadas pelos aplicativos. Os professores e pais também se beneficiam do uso de aplicativos educacionais: os professores ganham uma ajuda extra em sala de aula, enquanto os pais se tranquilizam por saber que seus filhos estão se distraindo de maneira produtiva.

Sustentabilidade

Os aplicativos educacionais beneficiam as pessoas e também o meio-ambiente. Aprender através de um smartphone ou tablet é muito mais sustentável do que a aprendizagem tradicional. Enquanto um utiliza grande quantidade de materiais como papel e lápis; o outro só requer um novo aplicativo.

Pesquisa mostra que a internet incentiva as pessoas a lerem mais

Existe uma ideia popular de que heavy users de internet não nutrem interesse por leituras tradicionais, já que investem mais tempo conferindo as redes sociais, por exemplo, do que curtindo um livro. Mas esse mito acaba de cair por terra graças a uma pesquisa feita pela TNS para a Livraria Cultura. Os resultados revelaram que o conteúdo das mídias sociais e de blogs estimula os leitores a se interessarem por publicações impressas.

E não é como se lêssemos pouca coisa na internet – pelo contrário, lemos muito, mas com menos profundidade do que se estivéssemos lendo revistas, matérias de jornais e livros. A pesquisa mostrou que o brasileiro lê, em média, 6,5 tipos de publicações, e os livros apareceram como a segunda opção preferida, logo depois das leituras rápidas do cotidiano das notícias na rede.



Quanto ao que se lê na internet, o foco é mantido nas leituras relacionadas à informação (artigos como este aqui, reportagens e conteúdos informativos em geral). Essas leituras são mais rápidas e realizadas em trechos ou blocos. Já o meio impresso dá margem a um maior foco e dedicação ao que se está lendo, já que nele os brasileiros costumam preferir conteúdos relacionados a lazer e relaxamento, como romances, ficções e dicas de autoajuda. O tipo de leitura mais aprofundada é de fato o livro impresso, formato que ainda é o escolhido de quem lê a Bíblia (tendo 71% de preferência). Ainda de acordo com o estudo, 63% dos leitores de livros preferem os exemplares físicos aos e-books, enquanto 47% dos leitores de quadrinhos optam pelo formato físico. Já entre os leitores de revistas, somente 41% disse preferir a leitura em mãos, enquanto o restante já migrou para o formato digital oferecido por elas.

Mas o que pode justificar essa preferência por livros físicos em pleno ano de 2016? Bom, o estudo indicou que como os computadores e celulares dominam cada vez mais nosso dia a dia, as pessoas acabam recorrendo aos livros físicos como uma espécie de refúgio da tecnologia. Outro motivo seria o conforto na hora da leitura, já que os displays ainda são um tanto quanto incômodo na hora de fazer uma leitura mais demorada (com exceção de gadgets específicos para leitura, como o Kindle, por exemplo).

Fonte: http://bit.ly/2avy8Tk

O que a boa leitura faz com o seu cérebro?


Comparar o ato de ler com uma espécie de “exercício físico” para o cérebro, como ocorre na musculação sobre a massa corporal, está longe de ser adequado – e com as últimas descobertas da neurociência, essa analogia serve apenas para dar uma ideia distante do seu efeito real. O percorrer os olhos sobre palavras ordenadas com um sentido faz muito mais: ajuda o cérebro a absorver conceitos da realidade e a dominá-la. Quanto maior o vocabulário, a fluência na leitura e a sua complexidade, maior a capacidade de compreender a si mesmo, interagir socialmente e ser bem-sucedido no mercado de trabalho. Se uma pessoa não sabe ‘nominar’ algo, em geral, não a assimila com clareza.

O processo de entender o mundo começa na infância. A rede neural tem sua idade de ouro nos primeiros anos, quando é maior a neuroplasticidade (a capacidade de reter conhecimentos). Quando uma criança começa a ler, entre 5 e 8 anos, o cérebro fica mais eficiente e, para eliminar sobras e aumentar a sua agilidade, ocorre a chamada poda neuronal, a perda de bilhões de neurônios até os 10 anos, algo natural para o organismo. Esse recuo é tão grande que até a espessura do córtex cerebral diminui.

O maior efeito disso incide sobre o aprendizado, principalmente em relação à linguagem escrita. Se a rede neural não é estimulada, falta essa poda ‘qualificada’ e a criança sofre os efeitos do desuso – e aqui a comparação do organismo com músculos atrofiados e excesso de massa gorda pode ajudar. “Se não ocorre essa simplificação neuronal nessa fase crítica, você não é capaz de desenvolver uma linguagem mais complexa quando adulto”, explica o neurocientista Renato Sabbatista, pós-doutor pelo Instituto Max Planck. “Pouco dessa situação pode ser sanada nos anos seguintes, mas é preciso um esforço maior, mais ou menos como quando um idoso aprende a dirigir, demora mais”.

Da infância à vida adulta, para que esse processo não regrida, é necessário colocar o cérebro em contato com conteúdos cada vez mais complexos. Se a pessoa se contenta com linguagem simples – frases curtas da televisão e das redes sociais, vocabulário pobre e sintaxe pouco elaborada –, o desenvolvimento cerebral se estabiliza e a pessoa se torna incapaz de compreender ideias com consequências significativas para si mesmo e para a sociedade. As pesquisadoras Yellolees Douglas e Samantha Miller perceberam, por exemplo, que estudantes que liam diariamente o “Huffington Post” tiveram a menor pontuação em seus escritos do que os que liam, ainda que com menos frequência, o “The New York Times”.

O esforço para ler e entender textos mais complexos, por outro lado, aumenta a qualidade da chamada ‘fala silenciosa’, o discurso interior feito por quem é capaz de escrever frases coerentes. Ao mesmo tempo, exercita a memória, necessária para falar, escrever e entender. “O contrário se pode perceber em uma pessoa que vai morar em outro país, que começa a utilizar um português mais simples porque vai esquecendo as palavras”, exemplifica Sabbatini.

Bibliotecária leva amor pelos livros a moradores de rua


O amor pelas pessoas e pelos livros ocupa os dias de uma bibliotecária de Belém há 34 anos. Terezinha Maria de Jesus da Conceição Lima, a Teca Lima, acredita que a leitura oferece às pessoas a possibilidade de adquirir conhecimento, crescer, viajar, relaxar e amenizar o sofrimento. “A leitura é um momento de prazer”, destaca. Ela tem se preocupado em levar os livros até aqueles que estão mais distantes e isolados, como detentos e quilombolas. “Tudo dá certo quando gostamos de pessoas”, diz.

Funcionária da Biblioteca Estadual do Pará, cedida ao município da capital, Teca trabalha na Biblioteca Pública Municipal Avertano Rocha, no distrito de Icoaraci. E foi ali que ela desenvolveu projeto com moradores de rua, o Tornar Visíveis os Invisíveis, um Desafio Instigante, um dos ganhadores da oitava edição do Prêmio Viva Leitura, iniciativa dos ministérios da Cultura e da Educação, em parceria com a Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI). Na premiação, entregue em maio deste ano, o projeto foi o vencedor da categoria 1, Biblioteca Viva. Teca o criou em 2014, a partir da observação da parcela da sociedade que inclui pedintes, guardadores de carros e artesãos.

O trabalho, realizado em parceria com o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), contribuiu para a integração e o reconhecimento da comunidade em relação aos moradores em situação de rua. Segundo Teca, eles gostam de frequentar o espaço da biblioteca, onde não só têm oportunidade de ler e pegar livros emprestados, como de usar o computador e participar dos variados projetos culturais lá desenvolvidos. Um deles é o Boi Literário Paraense, promovido pela biblioteca há mais de 30 anos. Em prepara&c cedil;ão para a festa, realizada em 24 de junho, com brincadeiras típicas juninas, os homens participaram de oficinas de musicalidade e as mulheres dedicaram-se à personalização de indumentárias e bordados.

Outra importante atividade promovida pela biblioteca é o Jardim Poético, realizado sempre em abril. Um dia inteiro é dedicado a atrações, como apresentações de banda e coral, além de exposição dos objetos de artesanato feitos pelos moradores de rua.

Sorte — A biblioteca também apoia os projetos desenvolvidos pelo Centro Pop, como o Auto de Natal e a Paixão de Cristo, e atividades culturais, como o Cinema na Biblioteca, que contam sempre com a participação dos moradores de rua. “Deus me colocou na profissão acertada”, diz a bibliotecária, que tem especialização em organização de arquivos e em gestão pública. Inicialmente, ela sonhava em ser psicóloga. “A leitura tem me surpreendido além do que eu já sei, pois as possibilidades são intermináveis”, diz. “Afinal, é só se permitir deixar acontecer.”

Teca acredita ter sorte de trabalhar naquele local. “É uma biblioteca dinâmica, atuante, com pessoas que comungam com os meus pensamentos”, afirma. “Tanto que todos os nossos projetos têm sempre a literatura como base para outras linguagens artísticas.”

Prêmio — O Prêmio Vivaleitura foi o primeiro que Teca obteve em sua carreira, mas ela se sente premiada sempre que empresta um livro, vê que algum leitor conseguiu pesquisar sobre o assunto procurado ou que usuários da biblioteca são aprovados em concursos, entre outros pontos. “Isso, para mim, é um prêmio porque sei que tive uma pequena participação na realização de sonhos.”

O prêmio recebido, no valor de R$ 25 mil, ajudou a implementar e incrementar o espaço de leitura criado no Centro Pop, com a doação de estantes e obras para o acervo. Os livros foram adquiridos a partir das indicações de assuntos e títulos feitas pelos próprios moradores de rua. Localizado na mesma rua da biblioteca, a quatro quarteirões de distância, o Centro Pop conta com profissionais dedicados a trabalhos como abordagem e triagem de moradores de rua, emissão de documentos e realização de oficinas.

Quando mãe e filho se unem... o resultado é o lançamento da Editora da Galeria



O FOGUETE E A LUA é a história de Lucas, um menino que sonhava em ser astronauta e pisar na Lua. Lucas pesquisou, construiu o seu foguete e planejou a sua viagem espacial. Para realizar o seu sonho, Lucas usou de muita imaginação, criatividade e, ainda, contou com a ajuda de seus pais.
Uma história simples e envolvente que visa valores de companheirismo e ambiente familiar, além de muita imaginação.
Mãe e filho em parceria neste lançamento da Editora da Galeria.



História: Enzo N.Pirolo (9 anos)
Texto e  Ilustração: Ana Pirolo
São 24 páginas coloridas, impressas em papel couchê. Texto de Enzo N.Pirolo, aluno do 4º ano do ensino fundamental I (9 anos) e ilustrações de Ana Pirolo.
Cada ilustração foi desenvolvida em tinta acrílica e giz pastel oleoso sobre papel de fibra de algodão.

OBRA ENVIADA AUTOGRAFADA PELOS AUTORES.

Venda exclusiva pela internet para todo o Brasil, Portugal e países de língua portuguesa.
Sobre a Ana Pirolo
Ana Pirolo é formada em publicidade e marketing pela ESPM SP. Mestre em Ciência da Informação pela PUC Campinas SP. Iniciou a carreira na publicidade em 1987, em uma grande agência de publicidade de São Paulo SP.
Em 2002, iniciou a carreira de artista visual. Atualmente, é galerista, curadora de exposições virtuais de arte e responsável Galeria Virtual de Arte ANA PIROLO (www.galeriaanapirolo.com.br).
É docente de graduação e pós graduação da Faculdade Anhanguera de Jacareí SP nas áreas de Comunicação, Publicidade, Marketing e Artes.
Ana Pirolo também é autora do livro O GALO AZUL, publicado em 2015 e atualmente inscrito no Prêmio Jabuti de Literatura 2016 na categoria infantil.
Sobre Enzo N. Pirolo
Aluno matriculado no 4º ano do ensino fundamental. 09 anos. A história do livro foi criada para um trabalho de escola.

Aluna de escola pública formada em Harvard lista mitos sobre estudar fora



Mais do que sorte e talento, Tabata Amaral de Pontes, de 22 anos, atribui suas conquistas às oportunidades. Foram as bolsas de estudo e mentorias que abriram de vez as portas para que a aluna esforçada de escola pública na periferia de São Paulo conseguisse na Universidade Harvard , nos Estados Unidos, seu diploma de graduação em ciências políticas e astrofísica.

A convite do G1 , Tabata reavaliou sua trajetória para listar os cinco maiores mitos sobre estudar fora do país.

Desde junho de volta ao Brasil, a filha de ex-vendedora de flores está envolvida em um projeto social que ajudou a fundar, o Mapa Educação , que busca mobilizar os jovens para que a educação seja prioridade no debate político. Em agosto, começará a trabalhar em um fundo de educação de uma empresa multinacional em São Paulo.

Trajetória olímpica

Bem antes da vaga de emprego em uma multinacional, ainda quando estudava na rede pública e tinha 12 anos, Tabata começou uma carreira como “atleta” do conhecimento. Ao todo, colecionou mais de 30 medalhas em olimpíadas de física, química, informática, matemática, astronomia, robótica e linguística.

A possibilidade de morar e estudar no exterior começou a se desenhar quando Tabata teve a oportunidade de deixar a rede pública. À época ela tinha sido destaque na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e ganhou uma bolsa no Colégio Etapa.

O colégio também bancou moradia e alimentação da estudante porque sua casa ficava distante, e os pais não podiam arcar com a despesa. Lá viu os horizontes se alargarem e ouviu pela primeira vez sobre a possibilidade de fazer faculdade fora do país.

Quando estava no segundo do ensino médio ganhou uma bolsa da escola Cellep para estudar inglês e contou com a ajuda de instituições para cobrir os gastos do application (processo de candidatura às vagas das universidades norte-americanas).

Quando enfim escolheu Harvard, há quatro anos, Tabata também tinha sido aceita por outras cinco universidades americanas, entre elas, Caltech, Columbia, Princeton e Yale.


CINCO MITOS SOBRE ESTUDAR FORA

Tabata selecionou e deu sua opinião sobre conceitos que “perseguem” os candidatos:

1) É preciso ser gênio
Para ser aceito em uma universidade americana, é preciso ser mais que bom aluno. As atividades extracurriculares são muito bem vistas pelos avaliadores. O diferencial de Tabata foi a paixão pelas ciências e pelas olimpíadas. Para ela, não há nada de genialidade por trás das aprovações.

“Tem pessoas que gostam muito de algumas áreas e são dedicadas, por isso acabam indo bem. Harvard vai valorizar que você tenha uma paixão, que se dedique e faça alguma coisa bacana com isso para a sociedade.”

2) Só ricos estudam lá
Fazer graduação em uma universidade americana de ponta pode custar até R$ 500 mil, incluindo mensalidades, hospedagem e alimentação durante os quatro anos. As bolsas são concedidas a partir da situação socioeconômica da família, e não por mérito. Se o aluno foi aceito, a instituição vai dar as condições para que ele estude, independentemente de sua condição financeira.

Tabata é filha de uma ex-vendedora de flores e tem um irmão, mais novo, universitário. O pai trabalhava como cobrador de ônibus e faleceu pouco antes de ela embarcar para o exterior. A família não poderia arcar com nenhuma despesa. Ela recebeu bolsa integral da universidade e ajuda de custo para transporte, passagens aéreas para o Brasil e compra de livros, mas trabalhou durante o curso para poder ajudar a mãe no Brasil. “Nada que atrapalhasse meus estudos.”

Para ela, falta de dinheiro não é impeditivo. “Se você tem um sonho grande de estudar nos Estados Unidos e não tem como pagar, não desista por isso. Eu realmente não poderia pagar um centavo e consegui.”

3) Inglês tem de ser fluente
O application exige um teste que mede da proficiência do aluno no inglês (Toefl) e uma prova chamada SAT, uma espécie de Enem americano, toda em inglês. A ideia é medir o quanto o aluno domina o idioma. No entanto, para ser aprovado, no processo como um todo, a fluência no inglês não é determinante.

Tabata aprendeu inglês em um ano, depois que ganhou a bolsa do Cellep. Ela conta que conseguiu ter notas suficientes nas provas do application , mas não era fluente.

“Tinha um inglês muito ruim. Chegando em Harvard tive dificuldade de me comunicar com os americanos, tanto que meus melhores amigos são os latinos e os indianos. Fui sentir que estava fluente só depois do meu primeiro ano, quando fui entender música e filme.”

Ela conta que só foi fazer piadas em inglês no último ano de curso. “Lembro da primeira vez que alguém falou para mim: a Tabata também está engraçada em inglês. Não lembro o que eu disse, mas um amigo falou: nossa ‘ up grade ’!”

4) Quem estuda nos Estados Unidos não volta para o Brasil
Ficar nos Estados Unidos nunca foi um projeto, mesmo com as pessoas dizendo que retornar ao Brasil seria uma “burrice.” Ela elenca pelo menos dois motivos: o contexto político pelo qual o país atravessa e a vontade de impactar a educação.

“Eu estudei ciências políticas, sou fascinada por esse tema. A gente está passando por um contexto histórico muito importante para o Brasil. Então, quer laboratório mais bagunçado e mais interessante para quem gosta de aprender como esse?”

Tabata diz que se ficasse nos Estados Unidos seria mais difícil voltar depois ao Brasil. “Lá a vida é mais fácil, mais segura e mais meritocrática. Só que eu quero ter impacto aqui, entrar para a política. Nunca considerei ficar.”

5) Meritocracia: quem quer consegue
A história da brasileira inspira muitos comentários do tipo “quem quer consegue”, mas para ela, suas conquistas não têm a ver com mérito.

“Vivemos em um país muito desigual e injusto. Tive a benção de ter muitas oportunidades bacanas e aproveitar. Esforço é muito importante, mas se eu não tivesse tido essas oportunidades eu não estaria aqui.”

Ela diz que sua trajetória prova o quanto a educação pode transformar e servir de inspiração. “Se você pegar a população brasileira e der uma educação de qualidade, boas oportunidades, nosso país vai ser mais justo e mais bacana. Não dá para falar ‘quem quer consegue’ porque não é assim. Quem quer e está em uma escola pública de baixa qualidade em uma cidade pequena, não consegue. Sinto muito, mas é verdade.”

Dificuldades e lições

A adaptação em Harvard não foi fácil. Ela embarcou logo após perder o pai, teve dificuldades com idioma, com a “comida sem sabor” e com o frio, que chegava até 27 graus negativos. “Me senti sozinha e cheguei a me questionar se aquele era realmente meu lugar.”

Mas vieram os amigos e a vida, entre estudos e trabalho, foi tomando rumo. “Levou um tempo para eu me encontrar, mas Harvard passou a ser um dos meus lugares preferidos no mundo que eu sinto muitas saudades agora.”

De lá, a maior lição que fica é a importância das pessoas. “Quando você passa quatro anos com gente tão fora de série, você se sente com vontade de fazer mais. Não importa o que eu faça, vou me preocupar em estar perto de pessoas que sabem muito mais do que eu. O que te faz crescer são as pessoas.”